Eu tenho um vizinho rico Fazendeiro endinheirado Não anda mais a cavalo Só compra carro importado
Eu conservo a minha tropa O meu cavalo ensinado O fazendeiro moderno Só me chama de quadrado Namoramos a mesma moça Veja só o resultado
Um dia a moça falou Pra não haver discussão Vamos fazer uma aposta A corrida da paixão Granfino corre no carro Você no seu alazão
Eu vou pra minha fazenda Esperar lá no portão Quem dos dois chegar primeiro Vai ganhar meu coração
Ele calibrou os pneus Apertou bem as rédeas Eu ferrei o meu cavalo Que tem asas nas canelas O granfino entrou no carro Pulei em cima da sela
Ele funcionou o motor E fechou bem as janelas Chamei o macho na espora Bem por baixo das costelas
Eu entrei pelos atalhos Pulando cerca e pinguela Quando terminou o asfalto Ele entrou numa esparrela Numa estrada boiadeira Toda cheia de cancela
Cheguei no portão primeiro Dei um beijo na donzela Quando o granfino chegou Eu já estava nos braços dela
O progresso é coisa boa Reconheço e não discuto Mas aqui no meu sertão Meu cavalo é absoluto Foi Deus e a natureza Que criou esse produto
Essa vitória foi minha E do meu cavalo enxuto A menina hoje vive Nos braços deste matuto
Compositores: Lourival dos Santos (SOCINPRO), Moacyr dos Santos (SICAM)Editor: Fermata (UBC)Publicado em 1998 e lançado em 1996 (01/Fev)ECAD verificado obra #636345 e fonograma #2551092 em 02/Abr/2024 com dados da UBEM